O jornalista Gilberto Dimenstein, em sua coluna dominical na Folha nos traz, como muita propriedade, discussões reflexivas acerca do social, relevante e irrelevante, capacitando nosso olhar nu no microscópio visceral de suas análises. Na edição do caderno Cotidiano de 19 de julho último, Dimenstein cita o psiquiatra austríaco Viktor Frankl em seu tratado sobre o sentido da vida. A citação vai de encontro ao texto do jornalista, que comenta sobre a necessidade de viver e suportar as dores estabelecidas pelo próprio desgaste natural da vida. Em Nova York, entre trabalhos estruturais, pacientes envolvidos sob intensas batalhas a favor do direito de viver, apesar do risco de morte emimente.
Frankl é considerado o "pai da logoterapia" e autor da obra Über den Sinn des Lebens ("Sobre o significado da vida"), escrita em 1921. Também esteve presente em campos de concentração nazistas (inclusive em Auschwitz, um dos mais violentos, ilustrado na foto acima) onde clarificou experiências científicas com judeus sem um mínimo de respaldo e expostos à crueza. Dimenstein emergiu esta questão sobre laços diametrais da própria vida recauchutada como antídoto inabalável para uma certa morte inevitável. Trouxe como pilar o enfrentamento do vice-presidente José Alencar na luta contra tumores e disposto a "renascer" em busca de sentidos peculiares de valorização do honroso direito de estar vivo.
Frankl investigou mulheres que haviam tentado o suicídio. Com isso, teve, pela primeira vez, sua atenção voltada para a questão do sentido de viver e da vida sem significado. Este ponto-chave é o "xis" da chave gestáltica sob leis existencialistas, a que fomentamos e defendemos aqui, a fim de brindar este homem contemporâneo com o sabor de sua própria essência, importar o que realmente importa, relevar o sentido totalizado. Sobretudo, entender a que propõe a natureza e seus caminhos. Fixar o homem frente a frente com sua essência/existência.
A logoterapia de Frankl semeava tal pensamento neste homem partindo dos seguintes princípios:
- Através de um trabalho ou feito, valorizá-lo e empreendê-lo como campo de conhecimentos;
- Novos relacionamentos pessoais, agregando valores estimulantes;
- Conscientizar-se do sofrer e suas armadilhas, mas aprendendo com lições e principalmente, ações.
Há que se trabalhar para a busca incessante do sentido da vida, abrindo portas do descobrimento e construindo janelas de uma existência simplificada pelo sabor da essência. Que o sentido da vida peça licença para existir, de fato.
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