quinta-feira, 16 de julho de 2009

O que reitera o Existencialismo

Jean-Paul Sartre (1905 - 1980) é considerado o maior nome do Existencialismo filosófico, compreendido como um conjunto de doutrinas filosóficas que tiveram como tema central a "análise do homem em sua relação com o mundo", em oposição a filosofias tradicionais que idealizaram a condição humana.
Apesar de sua fama de pessimista e lúgubre, o existencialismo, na verdade, é apenas uma filosofia que não faz concessões: coloca sobre o homem toda a responsabilidade por suas ações. Schopenhauer já prenunciava tal condição.
Sartre parte do seguinte pressuposto: a existência precede a essência. Com isso, quer dizer que o homem primeiro existe no mundo - e depois se realiza, se define por meio de suas ações e pelo que faz com sua vida. Terapeuticamente, a Gestalt estabelece esta relação ao sujeito em questão.
Em essência, o Existencialismo retira de Deus a responsabilidade sobre o que somos e como somos. É um elo de discordância, segundo minhas visões. Deus é o criador, o uno, o dirigente. Como seres sociais somos existencialistas. Mas operamos nesta esfera denominada de "mundo" por força de uma criação superiora. Contudo, no pensamento sartriano há elementos de sintonia com o divino e sua liberdade dada ao homem em existência.
Por exemplo: eu não escolho nascer no Brasil ou nos EUA, pobre ou rico, branco ou preto, saudável ou doente: sou "jogado" no mundo. Existo. Mas o que eu faço de minha vida, o significado que dou à minha existência, é parte da liberdade da qual não posso me furtar. Posso ser escritor, poeta ou músico. No entanto, se sou bancário, esta é minha escolha, é parte do projeto que eliminou todas as outras possibilidades (escritor, poeta, músico) e concretizou uma única (bancário).E, além disso, tenho total responsabilidade por aquilo que sou. Para o existencialista, não há desculpas. Não há Deus ou natureza a quem culpar por nosso fracasso. A liberdade é incondicional e é isso que Sartre quer dizer quando afirma que estamos condenados a sermos livres: "Condenado porque não se criou a si próprio; e, no entanto, livre, porque uma vez lançado ao mundo, é responsável por tudo quanto fizer" (em "O Existencialismo é Um Humanismo", 1978, p. 9).

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