No orkut, a comunidade "Gestalt-terapia" tem, até este momento, 6.733 pessoas adicionadas. Uma das questões levantadas no fórum de discussões é sobre a intervenção do psicoterapeuta. Algumas pessoas manifestam suas visões e vale à pena integrarmos ao "Vida Gestáltica", com a permissão devida:
Para Luciana Borges, do Rio de Janeiro, "a Gestalt-terapia nasceu à margem, e precisou mesmo, num primeiro momento, se expandir mostrando suas técnicas, até porque era a grande novidade naquele momento. Acho q esse é um dos rótulos da Gestalt, e também uma grande armadilha: ser um punhado de técnicas! Essas técnicas encantam as pessoas, chamam atenção... Mas quando não se sabe o que fazer depois da aplicação delas, a 'porca torce o rabo', e a Gestalt fica na 'boca do cachorro'. A teoria é importante por isso, pra que não se faça por fazer. Temos mesmo uma responsabilidade muito grande, de saber o que estamos fazendo, com nossos clientes, seja como terapeutas, ou em qualquer outra área de atuação do Gestalt-terapeuta. Temos sim um embasamento teórico consistente e coerente, que vem sendo desenvolvido pelos Gestalt-terapeutas de nova e de velha geração, como o pessoal do Nordeste mesmo. O método que utilizamos precisa estar em sintonia com a forma como entendemos o homem na sua relação consigo e com o mundo. Concordo que cada terapeuta vai ter um estilo. Cada relação terapeuta-cliente vai ser única, resultado da interação de dois seres igualmente singulares. O homem gestáltico é um ser relacional, e é nessa relação que ele se constrói a cada instante, se reconfigurando, se transformando. Por isso a questão da relação dialógica é central na Gestalt. Mas também concordo que existe uma linha muito tênue que diferencia uma relação terapêutica permissiva, produtiva e criativa de uma relação de amizade. E aí estamos mesmo falando de algo que vai além da questão da relação mais horizontal entre terapeuta e cliente, que é a 'postura terapêutica'! Mesmo com uma distância, ou uma neutralidade, o terapeuta corre o risco de virar 'amigo' do cliente, dando conselhos por exemplo."
Sergio Machado diz que "é verdade que algumas linhas estabelecem limites bem claros na relação terapeuta-cliente, no tocante a contato físico e envolvimento do terapeuta. Poucos teóricos da psicologia foram tão longe nessa determinação quanto Freud, que estabeleceu explicitamente praticamente cada aspecto do processo de análise, muito embora isso tenha acontecido bem depois de Anna O - que por sinal nem era paciente dele, e sim de Breuer e na verdade a psicanálise ainda não existia nessa época. Talvez em parte por isso mesmo tantos psicanalistas tenham tanta dificuldade em se adequarem a todos estes aspectos, e o mais comum seja uma aproximação conveniente. Perls não teorizou, creio eu, a esse respeito. O que se pode saber de objetivo acho que pode ser visto nas gravações e transcrições de sessões, mas mesmo isso eu creio que não é adequado. Me parece que o próprio terapeuta deve descobrir, na verdade reinventar, a maneira de conduzir suas sessões usando de criatividade e intuição."
Pensamentos que servem para discussão conjuntural sobre a prática da intervenção.
Para Luciana Borges, do Rio de Janeiro, "a Gestalt-terapia nasceu à margem, e precisou mesmo, num primeiro momento, se expandir mostrando suas técnicas, até porque era a grande novidade naquele momento. Acho q esse é um dos rótulos da Gestalt, e também uma grande armadilha: ser um punhado de técnicas! Essas técnicas encantam as pessoas, chamam atenção... Mas quando não se sabe o que fazer depois da aplicação delas, a 'porca torce o rabo', e a Gestalt fica na 'boca do cachorro'. A teoria é importante por isso, pra que não se faça por fazer. Temos mesmo uma responsabilidade muito grande, de saber o que estamos fazendo, com nossos clientes, seja como terapeutas, ou em qualquer outra área de atuação do Gestalt-terapeuta. Temos sim um embasamento teórico consistente e coerente, que vem sendo desenvolvido pelos Gestalt-terapeutas de nova e de velha geração, como o pessoal do Nordeste mesmo. O método que utilizamos precisa estar em sintonia com a forma como entendemos o homem na sua relação consigo e com o mundo. Concordo que cada terapeuta vai ter um estilo. Cada relação terapeuta-cliente vai ser única, resultado da interação de dois seres igualmente singulares. O homem gestáltico é um ser relacional, e é nessa relação que ele se constrói a cada instante, se reconfigurando, se transformando. Por isso a questão da relação dialógica é central na Gestalt. Mas também concordo que existe uma linha muito tênue que diferencia uma relação terapêutica permissiva, produtiva e criativa de uma relação de amizade. E aí estamos mesmo falando de algo que vai além da questão da relação mais horizontal entre terapeuta e cliente, que é a 'postura terapêutica'! Mesmo com uma distância, ou uma neutralidade, o terapeuta corre o risco de virar 'amigo' do cliente, dando conselhos por exemplo."
Sergio Machado diz que "é verdade que algumas linhas estabelecem limites bem claros na relação terapeuta-cliente, no tocante a contato físico e envolvimento do terapeuta. Poucos teóricos da psicologia foram tão longe nessa determinação quanto Freud, que estabeleceu explicitamente praticamente cada aspecto do processo de análise, muito embora isso tenha acontecido bem depois de Anna O - que por sinal nem era paciente dele, e sim de Breuer e na verdade a psicanálise ainda não existia nessa época. Talvez em parte por isso mesmo tantos psicanalistas tenham tanta dificuldade em se adequarem a todos estes aspectos, e o mais comum seja uma aproximação conveniente. Perls não teorizou, creio eu, a esse respeito. O que se pode saber de objetivo acho que pode ser visto nas gravações e transcrições de sessões, mas mesmo isso eu creio que não é adequado. Me parece que o próprio terapeuta deve descobrir, na verdade reinventar, a maneira de conduzir suas sessões usando de criatividade e intuição."
Pensamentos que servem para discussão conjuntural sobre a prática da intervenção.
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