sexta-feira, 28 de agosto de 2009
A mágica
domingo, 23 de agosto de 2009
Doutora em psicologia fala sobre a Gestalt-terapia
Gestalt e psicanálise: discordâncias diametrais
O passado retido e o futuro almejado
Kierkegaard e a ironia como revitalizadora da essência humana
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Ampliando o campo das relações percebidas
"(...) homens integrados são aqueles cujo pensar, sentir e agir refletem uma unidade quando na relação, adesão e construção da realidade. Por outro lado, são também aqueles que, quando frente ao processo mutável do meio, sabem reorganizar-se e adaptar-se com equilíbrio e coerência. Este processo, quando não espontâneo, é facilitado pela capacidade reflexiva, consciente. Trata-se da possibilidade humana de perceber sobre suas percepções; ampliando o campo das relações percebidas, encontrando uma nova configuração e significação.
Sabemos que foi através dos estudiosos chamados gestaltistas que a percepção humana foi estudada. Sabemos também que gestalt foi o termo encontrado para traduzir o movimento (princípio) perceptivo que, como a própria palavra denota, tende a captar estruturas estáveis, harmoniosas, organizadas e significativas, ainda que feita em partes ou em subtodos. O seu caráter estrutural é tal, que qualquer elemento novo que se introduz, nos leva à percepção de uma nova estrutura. A experiência só chega até nós de modo completo, quando ela é experimentada como um todo, ainda que este todo seja apenas um esboço da realidade do ser como tal.
Quando estas percepções gestálticas não se desenvolvem, o homem se experimenta desligado de suas próprias experiências de vida, seja elas quais forem. Sente-se, então, incômodo, confuso, dividido, sem sentido. Desta situação fragmentada buscamos hoje, especialmente em ambientes de trabalho, nos recuperar. Trata-se do mesmo pedido, de uma mesma tradução: homens precisando e desejando ser ao máximo aquilo que as possibilidades de sua natureza lhe permitem, lhe reclamam, lhe chamam a ser.
Como conciliar este percurso que recém iniciamos num sistema ainda burocrático, especializado? Como facilitar o processo de integração do homem no que diz respeito à sua natureza, personalidade e, inclusive, enquanto ser social, comunitário? Como contribuir para que ele possa aprender a perceber e lidar com a realidade de forma sistêmica, total e co-responsável? São as perguntas e impulsos deste trabalho que aqui se esboça."
Extraído do capítulo 1 de "Qualidade de Vida e das Relações de Trabalho" (1999), trabalho de Yamile Adriana Nunes, mestre em Engenharia de Produção (Santa Catarina).