domingo, 23 de agosto de 2009

O passado retido e o futuro almejado

Fritz e Laura Perls ressaltaram a importância da afetividade associada à motricidade, além da verbalização, para a constituição de um fenômeno psíquico. Assim como Kurt Goldstein também postulava, os “sintomas” são índices da “forma” (Gestalt), como cada organismo se ajusta em um determinado meio sócio-ambiental.
Atentaram como os pacientes (mais tarde clientes) buscavam integrar ou procuravam evitar as múltiplas partes envolvidas em suas experiências cotidianas, especialmente aquelas partes que se repetiam na relação concreta com os clínicos por ocasião das sessões (no aqui-agora das sessões).
Tais “formas”, segundo o casal Perls, não são juízos conscientes ou conteúdos inconscientes, mas “hábitos” espontâneos de integração e alienação de partes, as quais incluem não apenas a materialidade física do momento, mas, também, os traços daquilo que se reteve do passado e do que se almeja como futuro. De onde se segue o entendimento de que: as “formas”, elas mesmas, não são qualidades pessoais. Elas são ocorrências de campo, compartilhadas por aqueles que participam deste campo e por cujo meio se constitui um “modo” peculiar de “contato” entre o passado e o futuro das atualidades físicas envolvidas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário