domingo, 23 de agosto de 2009

Gestalt e psicanálise: discordâncias diametrais

Curiosas são as divergências da Gestalt-terapia com a psicanálise. Vejamos algumas delas e que satisfazem a prática psicológica sob vários prismas de atuação:
O PASSADO >
:::: A psicanálise dá uma grande importância ao passado, como constituinte da personalidade do invidíduo. Os traumas do passado são as "raízes" dos problemas, sendo o responsável pelas doenças psíquicas.
:::: Na Gestalt o passado é assimilado apenas como parte de nós, trazido como situações inacabadas, a chamada "gestalt incompleta". O passado não é mudado, portanto a Gestalt privilegia o aqui, agora.
AS COISAS >
:::: A psicanálise estuda e evidencia o "porquê" das coisas, obtendo explicações.
:::: Na Gestalt-terapia os porquês são palavrões e não conseguem levar o terapeuta a uma compreensão do problema. Esta usa o "como" e assim se consegue orientar e dar perspectiva. Para a Gestalt, o uso dos porquês favorece somente os inquéritos. O como engloba o que é estrutura, comportamento.
ANSIEDADE >
:::: A psicanálise vê como um assunto complexo.
:::: A Gestalt, como uma tensão entre o agora e o depois, em razão das inseguranças futuras.
A CULPA >
:::: A Gestalt concorda que a culpa é um "ressentimento projetado", na tomada de consciência de si mesmo, do mundo e do que está na zona intermediária da fantasia.
:::: Freud diz que existe algo entre você e o mundo, e analisou apenas esta zona intermediária, desconsiderando a auto consciência e/ou a consciência do mundo. Sendo assim, para a Gestalt ele deixa de considerar o que podemos fazer para estarmos em contato com o nosso self e com o mundo.
SITUAÇÕES >
:::: Freud dá maior importância às resistências.
:::: A Gestalt enfatiza as fobias, evitações e fugas. Enfrenta-se o que é evitado pelo cliente.
SUPERFÍCIE E PROFUNDIDADE >
:::: A psicanálise traz do estudo do inconsciente as profundezas recalcadas do indivíduo.
:::: A Gestalt vai prestar atenção no óbvio, no que está contido na superfície, no mostrado.

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