Artigo da gestalt-terapeuta Roseleide da Silva Santos aborda a questão do plantão psicológico, sob esta abordagem. É uma explanação interessante e oportuna, a respeito da atuação do psicólogo em situações plantonistas. Segundo ela, é a partir da abordagem centrada na pessoa, em Carl Rogers, o início de todo o processo de atendimento em vivências como essas. "Acreditamos que o indivíduo é capaz de aprimorar sua potencialidade inerente em recursos para uma existência plenamente satisfatória", diz. A seguir, trechos de seu artigo que reproduzo aqui, com muita atenção:
"A Gestalt-terapia trabalha a partir do que o cliente traz para o atendimento, o que para ele é importante naquele instante, ou seja, a sua necessidade preponderante. Em termos gestálticos, estamos falando do conceito figura e fundo. Esta abordagem afirma que a pessoa deve ser vista como um todo, ou seja, que seu comportamento só se torna compreensível a partir de sua visão dentro de um determinado campo com o qual ela se encontra em relação. O indivíduo é uma totalidade, composta por partes interligadas que estabelecem um fluxo de necessidades, que à medida que são realizadas dão espaço a outras, criando, assim, seu ciclo vital. Esta visão organísmica nos permite compreender o indivíduo como um organismo que integra uma totalidade e como tal o que ocorre em uma parte afeta o todo. A Teoria Organísmica, que tem sua origem nos estudos de Kurt Goldstein com pacientes de guerra com lesão cerebral, foi devidamente analisada e acrescentada a Gestalt-terapia, quando Perls relata que 'a formação de uma Gestalt, a emergência de necessidades, é um fenômeno biológico primário. Assim, abolimos toda a teoria do instinto e consideramos o organismo simplesmente como um sistema que está em equilíbrio e que deve funcionar adequadamente. Qualquer desequilíbrio é experienciado como necessidade a ser corrigida. A situação mais urgente emerge e, em qualquer caso de emergência, você percebe que ela prevalece sobre qualquer outra atividade. Portanto, chegamos agora ao fenômeno mais importante e interessante de toda patologia: auto-regulação versus regulação externa' (Tellegan, 1984, pg. 39). Basicamente, podemos exemplificar com as necessidades de alimentação, dormir etc."
A necessidade do equilíbrio homeostático é a questão sumária. Em situações de enfermidade, carência afetiva e baixa-estima, esta necessidade torna-se o pilar da atuação. A conscientização da realidade enfrentada no aqui-agora deste paciente, também. Além do desmembramento da figura-fundo (necessidade-totalidade).
A gestalt-terapeuta salienta que "a Gestalt-terapia nos responde que podemos desenvolver ajustamentos criativos capazes de saciar nossas necessidades através da relação com o meio, ou seja, usamos de nossa capacidade criativa para interagir com o meio que por algumas vezes pode se tornar hostil."
Nenhum comentário:
Postar um comentário